Os bastidores da conquista da JCI pelo Hospital Sepaco

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Os bastidores da conquista da JCI pelo Hospital Sepaco

A conquista da acreditação internacional da Joint Commission International (JCI) não é apenas uma chancela de qualidade. É, sobretudo, o reflexo de uma mudança profunda de cultura, gestão e práticas assistenciais.

No caso do Hospital Sepaco, a certificação veio após 18 meses de intenso trabalho, revisões de processos e um envolvimento robusto de toda a instituição.

Luci Meire Pivelli Usberco, CEO do Sepaco, considera a conquista do selo, fruto do reconhecimento de um trabalho coletivo, “construído com muito empenho, foco em excelência e comprometimento com a segurança e a qualidade assistencial”. 

Para a executiva, o selo internacional é mais do que uma validação técnica, “é a confirmação de que os esforços diários da equipe fazem parte de um propósito maior, centrado no paciente e em sua jornada de cuidado”.

O reconhecimento é especialmente relevante quando se considera o contexto do sistema de saúde brasileiro, em que alcançar padrões internacionais requer vencer barreiras estruturais, culturais e, muitas vezes, financeiras. No Sepaco, o desafio foi transformar o modelo assistencial já consolidado em um novo patamar de governança clínica.

Fortalecimento da cultura de segurança

Embora o hospital já adotasse muitas práticas alinhadas aos critérios da JCI, a preparação exigiu uma revisão rigorosa de fluxos, processos e comportamentos. “Adequar as práticas à metodologia da JCI exigiu que todos os níveis da instituição revisitassem rotinas, comunicações e processos, sempre com o olhar voltado para o cuidado centrado no paciente e família”, relata a CEO.

Entre as principais mudanças, Luci destaca a implementação de rastreabilidade sistemática, uso de checklists assistenciais, aplicação de tracers (rastreadores de processos) e simulações realísticas para capacitação contínua das equipes. “Essas práticas fortaleceram nosso foco em excelência para qualidade e segurança”, afirma.

A estrutura de formação e desenvolvimento profissional também foi intensificada. Com o suporte do IEP – Instituto de Ensino e Pesquisa do Sepaco – a instituição ampliou os treinamentos online e presenciais, com foco não só na capacitação técnica, mas na consolidação de uma cultura organizacional centrada na segurança do paciente.

Engajamento e protagonismo da equipe

Um dos pilares do sucesso do projeto foi o engajamento da equipe, o que, segundo Luci, só foi possível com investimento em comunicação interna, reconhecimento e participação ativa dos colaboradores. “Criamos grupos multidisciplinares, estimulamos a troca de experiências e mantivemos todos informados sobre os avanços e desafios. A transparência foi essencial”, enfatiza.

O modelo de liderança adotado pela gestão foi estratégico e horizontal. A CEO enfatiza que o papel da liderança foi o de facilitar, garantir recursos e estar presente. “Atuamos ao lado das equipes, ouvindo, apoiando e direcionando. Sem esse compromisso em todos os níveis, não seria possível alcançar esse resultado.”

Impactos reais para os pacientes

Mais do que processos otimizados, a acreditação trouxe benefícios diretos e perceptíveis aos pacientes. O principal deles: segurança. “O paciente se sente ainda mais seguro e confiante, por estar em uma instituição acreditada internacionalmente”, afirma a executiva.

A coordenação entre equipes foi aprimorada, a comunicação entre setores tornou-se mais fluida e os fluxos assistenciais —desde a triagem até a alta — foram reestruturados para oferecer um cuidado mais integrado e centrado nas necessidades do paciente e da família. “Os riscos assistenciais foram significativamente mitigados”, completa Luci.

Monitoramento contínuo 

Com a chegada da JCI, diversos protocolos e indicadores passaram a ser monitorados de forma mais estruturada. Luci cita como exemplos os programas de Segurança do Paciente (IPSG), Cuidado Centrado no Paciente (PCC), Qualidade e Segurança (QPS), Qualificação da Equipe (SQE), Infraestrutura e Segurança (FMS) e Uso Seguro de Medicamentos (MMU).

Embora esses elementos já fizessem parte da rotina do hospital, o novo modelo trouxe um rigor maior no controle e análise dos dados, com reuniões mensais, programas específicos e ações corretivas baseadas em evidências. A cultura da “melhoria contínua” deixou de ser uma diretriz abstrata e passou a ser um compromisso operacional.

Um novo ciclo: excelência e inovação

A conquista da JCI não é, para o Sepaco, o fim de uma jornada, mas o começo de um novo ciclo. “O próximo passo é manter e aprimorar continuamente os padrões alcançados, consolidando o Sepaco como referência em excelência assistencial e também avançar em tecnologia e inovação”, antecipa Luci.

A expectativa da liderança é ampliar investimentos em soluções digitais, inovação em saúde e na experiência do paciente. Isso inclui novos protocolos de atendimento, ampliação da segurança digital, melhoria nos indicadores de desfecho clínico e fortalecimento da governança institucional.