Governança como eixo para o ESG na Saúde
- 26 de março, 2023
Santa Casa BH realiza primeiro transplante duplo do estado
A Santa Casa BH (SCBH), maior hospital transplantador de órgãos, tecidos e células de Minas Gerais, realizou, em fevereiro deste ano, o primeiro transplante duplo de coração e rim do estado. O procedimento inédito teve duração de oito horas, e foi feito pelas equipes de transplante cardíaco e renal. Cerca de 10 profissionais atuaram diretamente no procedimento e muitos outros indiretamente. Procedimento De acordo com o
- 3 de abril, 2023
Niterói aposta em organizações sociais nas administrações de hospitais
Ao longo da última semana, dois editais de seleção para que organizações sociais (OSs) administrem os hospitais municipais Carlos Tortelly, no Bairro de Fátima, e Mário Monteiro, em Piratininga, foram publicados pela Prefeitura de Niterói, gerando revolta entre servidores da saúde na cidade. As entidades profissionais, que marcaram uma manifestação na quarta-feira (29/03), acusam o município de querer privatizar as unidadesm e citam exemplos problemáticos de
- 3 de abril, 2023
Nutricionista do São Cristóvão Saúde explica como celebrar páscoa de forma mais saudável
A Páscoa, que este ano acontece em 9 de abril, é marcada pela troca de chocolates, uma das grandes apostas do comércio para a venda de produtos, como ovos de chocolate, barras e caixas de bombons. Porém, em meio a tantas guloseimas, como preservar o bem-estar dos consumidores? Nutricionista clínica do São Cristóvão Saúde, Danielle de Paula Scaldelai Ferreira traz uma série de dicas para quem
- 17 de novembro, 2023
- Mercado Últimas Notícias
Obviamente para o desenvolvimento e aplicação do ESG é essencial a estruturação de um modelo de Governança forte e que incorpora de forma definitiva o ESG, e consolida os conceitos de governança como essenciais para o desenvolvimento do relacionamento ambiental e social, especialmente, dentro das organizações de saúde, como no caso dos hospitais associados à Confederação das Misericórdias do Brasil (CMB).
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações, especialmente do terceiro Setor, são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
Segundo o instituto sem fins lucrativos, o IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o processo de governança corporativa envolve a criação e execução de estratégias, com análises fiscalização, auditorias e planejamento que promovam e garantam o equilíbrio da geração de resultados e os valores para as partes interessadas, incluindo a sociedade em geral.
Portanto, os pontos centrais do ESG são focados no ambiente, social e governança corporativa, porém, o desenvolvimento do G – Governança de forma sustentável é o que garante o sucesso do sistema ESG aplicado em qualquer organização e na área da saúde o mesmo é essencial.
A vantagem competitiva sob a visão do ESG
No mundo corporativo durante muito tempo, as empresas consideravam, em seus planejamentos estratégicos, a vantagem competitiva, mediante a acirrada disputa com seus concorrentes.
Segundo Porter (1988), a vantagem competitiva tem por base três pilares, excelência operacional e liderança de preço, liderança de produto/qualidade, intimidade com o cliente, e o alinhamento desses três pilares é o que Porter denomina de enfoque.
E até bem recentemente definia-se a vantagem competitiva como atributo ou conjunto de características que posiciona determinada empresa à frente das concorrentes no mercado. (BORBA, 2009 e 2014), em um posicionamento bem concorrencial e agressivo e baseado no enfoque definido por Porter.
Philip Kotler, Tom Peters e especialmente Peter Drucker, citados por (LISBOA e BORBA, 2009), são unânimes em afirmar que as empresas nesse século XXI serão direcionadas para o ambiente externo e não apenas para o interno e que isso implica em uma mudança profunda de perspectivas promovendo uma nova visão de sociedade e de cuidados.
Segundo Kotler (2018), citados por Cruz, o relacionamento entre empresas e sociedade mudou, pois esta exerce uma pressão sobre aquelas, a partir de canais de comunicação diretos e indiretos (como as bases sociais). Por isso, as empresas, atentas às exigências desses consumidores, para que não sofram prejuízos na imagem de suas marcas, isto é, na sua reputação, passam a dar maior visibilidade ao que fazem no campo social (CRUZ,2022).
A vantagem competitiva sustentável, é uma consequência da vantagem competitiva clássica e, com a aplicação dos ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e com a evolução do ESG, as empresas, impulsionadas pela responsabilidade social, iniciam uma nova abordagem sobre vantagem competitiva, agora, com a inclusão de desenvolvimento sustentável, com gestão ética, anticorrupção e códigos de compliance.
Deste modo, ao invés de serem escolhidas pela agressividade no mercado, são avaliadas e acreditadas pelas suas boas práticas, pelas parcerias e pela cooperação, aferidos por indicadores que lhes dão visibilidade no mercado como Organizações responsáveis com o meio ambiente, com as questões sociais e pela sua estrutura e estilo de gestão transparente.
Na área da Saúde, a Agenda ONU 30, com emprego do ESG, ganha força e a cada dia mais as organizações de saúde, entidades sociais, hospitais, cooperativas de profissionais de saúde e especialmente de trabalho médico aderem a inclusão e aplicação de práticas de ESG, tornando-se visíveis, responsáveis e acreditadas pela sociedade, com isso torna-se natural a evolução da vantagem competitiva defendida por Porter para o novo modelo de vantagem competitiva sustentável, que defendemos como ideal.
E para isso é necessário um reposicionamento da organização no ambiente, e espera-se que as empresas do terceiro setor sejam as mais interessadas pelo cumprimento de sua missão social.
REFERÊNCIAS
Borba, Valdir Ribeiro, Gestão Estratégica e Planos de Marketing para Organizações de Saúde. Rio de Janeiro, Editoras Cultura Médica e Guanabara Koogan, Grupo Gen, 2009.
Borba, Valdir Ribeiro, INTEGRIDADE CONVERGENTE. Rio de Janeiro, DOC Editora, 2014.
Brasil – Constituição Federal do Brasil, Brasília DF 1988.
Cruz, Augusto, Introdução ao ESG: Meio ambiente, social e governança corporativa 2 ª Edição Scortecci, São Paulo, 2022.
- Artigo escrito por Prof. MsC. Valdir Ribeiro Borba, Executivo Hospitalar, Consultor e Conselheiro. Cursando Doutorado Ph.D em Gestão na FCU – Florida Christian University. Mestre em Administração.
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